Projeção importante para aquecer o mercado imobiliário até R$ 1,5 milhões

O governo federal analisa um novo formato de financiamento habitacional para facilitar o acesso à casa própria para a classe média, especialmente em imóveis de até R$ 1,5 milhão. As propostas incluem flexibilizar o volume de recursos da poupança retidos no Banco Central e tornar mais atrativos os contratos corrigidos pelo IPCA, índice oficial de inflação.
Novas estratégias para o crédito imobiliário
O esboço da proposta, capitaneada pelo Banco Central, já foram apresentadas, que solicitou agilidade na formatação do novo modelo. Em meio à redução da popularidade, garantir recursos para o setor habitacional, ampliando o acesso da classe média ao financiamento.
Flexibilização na utilização da poupança
Atualmente, a maior parte dos recursos do crédito imobiliário vem da poupança, cuja participação caiu de 46% em 2021 para 32% no ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). O governo avalia ampliar o volume de recursos disponíveis ao liberar uma maior porcentagem dos depósitos na poupança para o financiamento de imóveis.
Uma das frentes da proposta permite que bancos tenham maior flexibilidade ao aplicarem recursos captados via poupança. Assim, cada real extra emprestado para habitação geraria um benefício de uso equivalente em aplicações financeiras, potencializando a oferta de crédito.
Contratos indexados ao IPCA
Outra parte da proposta busca tornar os contratos corrigidos pelo IPCA mais atrativos. Apesar de já existirem opções, essa modalidade tem baixa adesão devido à maior oscilação nas parcelas ao longo do tempo, influenciada pela inflação. O BC avalia criar mecanismos que tornem as prestações mais previsíveis, com maior amortização inicial, reduzindo a influência das flutuações futuras.
Impactos esperados e próximos passos
Segundo fontes do governo, a iniciativa visa ampliar a captação de recursos destinados ao crédito imobiliário, equilibrando controle inflacionário e estímulo ao setor. Estima-se que o potencial de recursos injetados varie entre R$ 40 bilhões a R$ 80 bilhões, o que poderia impulsionar significativamente o mercado habitacional.
O desenho do plano inclui ainda a possibilidade de diversificação de fontes de financiamento por meio de títulos indexados ao IPCA, o que poderia impulsionar o mercado secundário de crédito imobiliário. O BC prepara o projeto para ser apresentado oficialmente assim que estiver amadurecido.
O governo também discute alternativas ao financiamento através da poupança, com o ministro da Fazenda, reforçando a importância de ampliar o crédito para a classe média, cuja participação no PIB do setor considerada ainda pequena em comparação a países como o Chile.
Para especialistas como Ana Maria Castelo, da FGV, a dependência de recursos da poupança e do FGTS permanece relevante devido às altas taxas de juros atualmente. O economista Sérgio Vale, por outro lado, pondera que a alteração na regulação do setor deve ser feita com cautela para evitar efeitos negativos na economia.
O projeto do BC e do governo é resultado de uma longa história de regulações que remontam aos anos 1960, passando por reformas econômicas e ajustamentos no sistema financeiro, que ainda hoje influenciam o mercado imobiliário no Brasil.
O avanço dessas mudanças depende de negociações com setores envolvidos, incluindo associações do setor imobiliário e bancos. Novas reuniões estão previstas para definir detalhes finais e aplicar as novidades no mercado de financiamento habitacional.
Para conferir o artigo completo, acesse o link: Governo estuda novo modelo de financiamento da casa própria.